POBRES

Ao ouvirmos as bem-aventuranças na narração de São Lucas, chama-nos a atenção algumas diferenças com aquelas narradas em São Mateus. Alguns escritores antigos referem-se a uma coleção de ditos do Senhor e a existência de uma primeira versão do Evangelho de S. Mateus em aramaico, que certamente serviram de base para S. Lucas em seu Evangelho.
O evangelho de Mateus que temos é, provavelmente posterior ao próprio evangelho de Lucas, de modo que em Lucas encontramos alguma originalidade maior das palavras do Senhor.
Desse modo, podemos compreender que a pobreza "de espírito" a que se refere S. Mateus traz esse acréscimo para explicar a que tipo de pobreza se referia Nosso Senhor. Não se trata da pobreza social, consequência da corrupção e do apego ao dinheiro de tantas pessoas, mas uma pobreza a que se escolhe, que se ama. Foi isso que fez S. Francisco.
São Francisco não quis exatamente ajudar os pobres, ele quis se fazer pobre.
Nem os pobres entenderam essa atitude do filho do rico Bernardone, e ficaram raiva daquele que "tendo tudo, tirava as esmolas que lhes eram devidas..." Fazer-se pobre, como Cristo fez-se pobre foi a escolha de Francisco, e precisa também ser a nossa.
Porém, não ama a pobreza aqueles que reclamam das suas consequências. 
Caros amigos, vivamos todos essa pobreza evangélica para livres de todo apego podermos entrar na presença de Deus.

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