OURO

Celebrando a Memória do Bispo de Constantinopla São João, olhamos espontaneamente para o "apelido" que lhe puseram e que acabou por unir-se ao seu nome: Crisóstomo, que em grego significa Boca de Ouro. O chamavam assim por causa de suas belíssimas pregações. Mas qual era a beleza?
A beleza não era a sua oratória ou seus recursos linguísticos. O ouro que trazia em sua boca era a verdade.
Foi esse o ouro que o fez perder tudo.
Pela verdade se recusou a ser um bispo da corte de Constantinopla para ser um bispo do povo. Por esse ouro, recusou o ouro do palácio. Por esse ouro, atraiu sobre si a ira de Eudoxia, a Imperatriz que conseguiu através de um sínodo fajuto que o Arcebispo fosse condenado ao exílio.
Somente um terremoto foi capaz de fazer com que a ímpia imperatriz percebesse que estava atraindo sobre si a ira de Deus e o Bispo foi recolocado em sua cátedra.
Mas poucos depois, quando quis comemorar a inauguração de sua própria estátua, a Imperatriz teve que ouvir o ouro do Bispo: "Dança, dança, Salomé! E continua desejando numa bandeja a cabeça de João" (referia-se a si mesmo).
O ouro da boca de Crisóstomo era a verdade. 
Hoje há muitas bocas que pregam. Mas falta o ouro.
Oferecem um ouro de tolo, que se derrete diante de qualquer coisa. Que quer se amoldar a todo o tipo de vida.
Peçamos ao Senhor que os fiéis encontrem o ouro da verdade na boca de seus pregadores.

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