SARTO


"O senhor é um santo!", dizia um paroquiano a seu pároco.
"Não sou santo, sou apenas Sarto!", respondeu o pároco fazendo um gracejo com seu próprio nome.
Giuseppe Sarto, o futuro São Pio X, nasceu pobre, numa província rural italiana. Ali fez seus primeiros estudos ingressando posteriormente no Seminário. Como sacerdote foi nomeado pároco de um vilarejo também rural, foi feito depois cônego e Bispo de Mântua. Como cônego, nem sempre usava as insígnias próprias dessa honraria, de tal modo que um colega lhe disse que era melhor não ter aceitado...
Depois foi elevado à Patriarca de Veneza, onde com grande dedicação e amor acompanhava a vida de todos os fiéis com extremado zelo pastoral. O fato de sempre ter vivido como um pároco, próximo às pessoas, lhe dava a correta compreensão do termo pastoral, sem ser uma oposição ao que poderia ser doutrinal.
Para S. Pio X o ser pastoral é ser doutrinal, é dar ao povo a verdadeira doutrina católica na fé, na liturgia e na moral.
Atribui-se-lhe a frase de que "o pastor que não mata o lobo, atraiçoa o rebanho", por isso não temeu condenar de forma vigorosa e sistemática todos os erros que eram espalhados através do dito "modernismo" que S. Pio X definiu como a síntese de todas as heresias.
Elevado ao trono de Pedro, após a morte de Leão XII, São Pio X se mostrou um verdadeiro Pastor de toda a Igreja, seu cuidado ia desde a compreensão de oferecer ao povo através dos párocos um verdadeiro catecismo até ao cuidado com a limpeza e asseio das Igrejas de sua diocese, Roma.
Graças a ele, as crianças podem receber, tão logo cheguem à idade da razão, a Santíssima Eucaristia, para que Jesus Sacramentado entre em seus corações antes que entrem as corrupções dos vícios e assim possam crescer em santidade e em virtude.
Um Papa extremamente humilde, que quando lhe consideraram que boa parte de sua família continuava pobre, ele disse com bom humor que "a um parente do Papa, já era suficiente não morrer de fome..." Certa vez, encontrou uma cruz peitoral riquíssima cravejada de pedras preciosas em sua mesa, aceitou, supondo ser uma devota oferta... algum tempo depois uma loja romana lhe mandava "a conta"... com delicadeza o Papa ordenou que devolvessem a cruz, por julgar não ser de acordo gastar uma quantia tão elevada consigo mesmo...
Um conhecido do Papa fez observar a sua feição um tanto triste numa foto em que está revestido com todos os paramentos pontificais que há época ainda tinha a falda e a tiara... Mas ali, ainda que por si mesmo não fosse afeito aquelas insígnias todas (tal como quando era cônego) o Papa Sarto compreendia que ali não era ele, mas Pedro, mas a Igreja e a esses sim, se deve honrar, ainda que com o sacrifício de seu gosto pessoal...
Caros amigos, os tempos não mudam tanto assim... Ainda hoje enfrentamos os efeitos do modernismo, ainda hoje há aqueles que querem distinguir o pastoral, do doutrinal... ainda hoje...
Peçamos sobre nós, sobre a Igreja a intercessão daquele que mais do Sarto, é realmente Santo.



Comentários