DEIXAR

Geralmente quando pensamos nas censuras de Nosso Senhor aos mestres da Lei e fariseus, consideramos que Nosso Senhor reprova o apego que aqueles têm a elementos secundários da religião, como ritos, leis e costumes. Nosso Senhor então se apresenta como alguém que exige das pessoas apenas uma atitude interior, sem nenhuma preocupação com o que fosse externo ou ritual.
Mas não é bem assim.
Nosso Senhor convida-nos ao equilíbrio, e isso se manifesta fortemente em sua frase: "Vós devíeis praticar isto (a caridade,  a misericórdia, a justiça), sem contudo deixar aquilo (as prescrições de leis rituais e costumes)".
O pêndulo da religião oscila entre uma preocupação exagerada com costumes, ritos e leis e uma certa liberdade espiritual onde tudo é meio relativo e o que importa é o que temos vontade, desde que tenhamos boa intenção.
Nosso Senhor nos põe no centro, no meio, na virtude.
A caridade, a misericórdia e a justiça não se opõe aos ritos, as leis e aos costumes, ao contrário, gera-os.
Levando em consideração a nós, que vivemos na Nova Aliança, para uma alma enamorada, os ritos (por menores e discretos que sejam) são sempre um modo de expressar o amor por Deus e pelas almas; a misericórdia é a base da justiça, sendo o castigo ou a correção manifestações concretas de preocupação e cuidado com o outro, a justiça é viver alegremente, ainda que um ou outro custem um tanto mais, os mandamentos e as Leis de Deus e da Igreja.
Caros amigos, também a Igreja parece passar por um período de contestações internas, da busca de uma liberdade que mais leva à barbárie...Parece que alguns vivem numa espécie de Woodstock religiosa...
Por isso é mais do que conveniente recordarmos essa palavra do Senhor: "isto... sem deixar aquilo". Assim se serve o Senhor como Ele quer.

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