UNIDADE


Vimos no Santo Evangelho dessa quinta-feira da VII Semana da Páscoa o desejo de Nosso Senhor de que os seus discípulos sejam "consumados na unidade". Unidade... parece um sonho, uma utopia, algo que se um dia tivemos, já se foi há muito tempo.
Mas na verdade não é assim. 
Essa unidade continua presente na Santa Igreja: unidade de fé e unidade de culto.
De fato, esses dois elementos que se complementam e se manifestam são a fonte da unidade na Igreja. A unidade do culto não significa uma única forma, mas que todas as formas legitimamente aprovadas, trazem à vista a mesma fé celebrada, ainda que de diversos modos.
Para que haja unidade é necessário que antes haja firmeza doutrinal.
O grande erro do ecumenismo  moderno é dissolver a doutrina de tal modo que não se sabe mais no que se acredita. O ecumenismo moderno se baseia mais na simpatia do que na verdade.
A unidade necessita de uma espécie de lugar comum. Sem esse lugar comum a unidade se assemelha uma terra de ninguém, onde tudo é aceito sem a menor preocupação de coerência. Esse lugar comum é a fé. Sem uma fé solidamente alicerçada e compreendida qualquer tentativa ecumênica só servirá para aumentar ainda mais a divisão, como temos percebido.
Assim, uma concepção dissolvida de verdades de fé, como a graça, os sacramentos, o primado do Papa etc longe de criar a unidade só serve para criar uma terceira religião que no fundo não é nem católica, nem protestante, nem ortodoxa...
Sim, caros amigos, o maior bem, o amor mais verdadeiro, o desejo de unidade mais intenso não se dão quando buscamos a unidade ao preço do sacrifício da fé, mas quando apresentamos aos que saíram a beleza do que perderam, crendo que o belo atrai por si só.

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