SOLUÇÃO


Todo problema exige uma solução. E a dificuldade do problema é exatamente o que necessitamos resolver para achar a solução. Seria admirável que os problemas viessem cada um com uma etiqueta contendo pelo menos algumas dicas de como chegar à solução. Infelizmente não é bem assim. Com a exceção de um: o problema das vocações sacerdotais.

O pequeno número de padres é um problema da Igreja desde a sua origem; por isso, Nosso Senhor já deixou registrada a solução: "a messe é grande, mas poucos os trabalhadores. Pedi pois ao Dono da messe que envie trabalhadores".
Simples.
Faltam trabalhadores?
Peçam.
Ok, mas mais o que podemos fazer?
Nada.
É só pedir...

Se a Eucaristia é mistério da fé, nada mais lógico que também os sacerdotes brotassem da fé da Igreja, pois só pedirá quem crê. Ao longo dos séculos muito a Igreja pode compreender sobre o sacerdócio. Desde o tempo dos Apóstolos foi necessário compreender o que era estritamente a sua missão. Foi necessário ocupar-se de sua formação, de como desenvolveriam seus trabalhos etc...

Mas sempre se compreendeu que o segredo do nascimento dos padres era a oração. Também se tinha como muito importante o testemunho dos outros padres, sabendo que um padre santo atrai muitos outros para o mesmo caminho, mas o principal sempre foi a oração da Igreja.

Todos conhecemos as histórias do início do cristianismo pelos países do Oriente quando os padres estrangeiros missionários eram mortos ou expulsos, eles deixavam a mesma recomendação do Senhor: peçam. E tempos depois vinha outro, e outro, e eles continuavam pedindo, até que um dos que pedia se perguntava: "E se eu..." e tudo continuava na graça de Deus.

Mas o número sempre foi pequeno. Talvez porque também não fossem tantos que rezassem de verdade. Ou porque a falta de testemunho não ajudava ao que era chamado a entender a que era chamado...
Enfim...

O problema foi que em algum momento se quis tentar outra solução. Outras soluções... E com palavras bonitas como "ministério", "permanente", "celebração", muitas vezes querendo supor uma "extraordinariedade", que na prática se tornou mais do que natural, se quis preencher o vazio da falta de padres. Talvez na esperança de que tudo isso daria um novo vigor e logo tudo se resolveria. Resultado? Tudo piorou.

O povo passou a ver gente lá frente, vestido tipo um padre, falando tipo um padre, fazendo tudo parecido com um padre... E o povo deixou de sentir falta do padre e de rezar para ter padre. O padre já não leva mais a comunhão, não casa e não batiza porque tem que estar em comunhão...

O padre não rege, mas sim o Conselho. O padre não ensina, mas sim o pregador. O padre já não santifica, mas sim o mesc, mece, meb, meesp... E sabe lá mais que sigla...O padre está nas casas dos fiéis não mais como ministro de Cristo para abençoar, entronizando as imagens, confortando os doentes... Mas só para comer como o titio solteirão, irmão de papai...

Quem precisa desse padre? Quem rezará para ter isso? Então, surge a única coisa que ainda se pensa que só o padre pode fazer: a Eucaristia. Nesse caso, então... como já se tornou alguém comum, nada mais coerente que se escolha alguém comum para fazer...
Não!
Será muito difícil ver esse erro? Erro que ameaça a vida da Igreja em muitos lugares? Foi exatamente a partir desses subterfúgios ministeriais que o número de padres despencou! O que será então com essa nova medida?

Aqueles que objetam com a questão do Oriente, não são capazes de compreender que uma mudança numa prática milenar e rica de considerações teológicas e espirituais é um estupro da consciência? A queda do celibato no Ocidente e tão ou mais danosa que uma eventual obrigatoriedade no Oriente! Porque lá as duas sempre coexistiram!

Será que os últimos 40 anos não serviram ainda para mostrar que as exceções tem uma tendência vigorosa para tornar se regra? Em princípio não era exceção a missa em vernáculo? Leigos distribuírem a Eucaristia? Etc etc?

Seria menos danoso à Igreja se o Papa fechasse todas as nunciaturas e colocasse todos os padres e bispos na Amazônia, do que essa eventual exceção a que se propõe estudar, mas que todos sabem que a resposta já foi tomada.

Mas, a nossa atitude diante de tudo isso, queridos amigos já foi definida pelo Senhor. E curiosamente é a mesma para a questão das vocações: rezar.

Pegar o Catecismo, a Coelibatus sacerdotalibus e tantos outros textos belíssimos da Igreja e ler de joelhos, diante do Santíssimo. E pedir a Deus que este tempo de prova se acabe. Que a Igreja volte a ter fé.

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