EMBORA

No Santo Evangelho desse sábado da III Semana do Tempo Pascal, os que seguiam Jesus se escandalizaram com o anúncio de que a sua carne e seu sangue eram verdadeiros alimentos e que ter a vida eterna estava condicionado a comer desse divino manjar. Se falasse em sentido figurado, Nosso Senhor explicaria que não se devia entender literalmente, que era um símbolo... Mas, ao contrário, não só não voltou atrás em suas palavras, como não fez nenhum aceno para que os que O estavam deixando ficassem. E, para que nós tivéssemos a certeza de que seu Corpo e Sangue são verdadeiros alimentos, Nosso Senhor ainda questiona os apóstolos: "Vós também quereis ir embora?"
Deus nos escolhe livremente, e quer que livremente o sigamos.
A todo momento nos é possível deixar. Jamais devemos deixar, mas sempre é possível deixar.
A cruz sempre é uma pedra de tropeço.
A Eucaristia, memorial da cruz redentora, foi a primeira causa de abandono do Senhor.
E a cruz até hoje não deixa indiferente quem passa por ela.
O sofrimento, tal como a Eucaristia, existe para a nossa salvação. E tal como a Eucaristia, pode servir para nossa condenação.
Prezados amigos, o sofrimento é a grande comunhão espiritual com o Senhor. Que não o desperdicemos. Que nem a porta aberta, nem as trinta moedas mereçam qualquer consideração de nossa parte.

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