DISPERSARAM

Ao se fazer Pão da Vida, Nosso Senhor fez também com a Igreja se compreendesse e se enxergasse também eucaristicamente. Assim, a semente que se espalha, o grão que precisa morrer, o campo pronto para a colheita, o joio que cresce conjuntamente... Tudo recorda a Eucaristia.
A Eucaristia é a chave para compreendermos a vida da Igreja.
Uma das primeiras orações eucarísticas já fazia menção aos grãos que se espalharam pelos quatro cantos do mundo e que se se juntavam misticamente naquela celebração, fazendo referência aos cristãos que ainda que dispersados pelo mundo, se faziam um só, como os vários grãos se fazem um só pão.
Na primeira leitura da Missa de hoje, vimos o desencadear de uma violenta perseguição contra a Igreja nascente.
Resultado: os fiéis se dispersaram.
Ao querer destruir a Igreja, a sinagoga só conseguiu fazer com que os discípulos do Senhor rompessem os limites da Jerusalém terrestre para espalhar aquela celeste.
Parece que se bateu num saco de farinha até que arrebentasse e ninguém pode segurar o vôo da farinha que se espalhou para todos os lados.
Assim é a Igreja, quanto mais "apanha" mais se espalha.
Por isso, queridos amigos, precisamos ter cautela quando o mundo afaga a Igreja. Sempre os juízes que condenaram os mártires tiveram primeiro atitudes de "afago", tal como o rei iniquo fazia com os filhos macabeus...
Acolhida, aceitação, respeito, tolerância se tornaram um refrão mais poderoso que o antigo "liberté, égalité, faternité", mas ambos, com aparência de afago, trazem um repúdio a Cristo e ao seu poder salvador, como já mostrou a história e mostram os fatos cada vez mais recentes de cristianofobia.
Não temamos os golpes do mundo. Ao contrário, talvez fosse salutar que os desejássemos, porque ainda há muito espaço onde essa farinha ainda não chegou.