AMOR

No Santo Evangelho de hoje ouvimos a pesca milagrosa após a ressurreição, e aquele tocante diálogo entre Nosso Senhor e São Pedro.
Nele, quando se considera o texto grego, se vê uma variação do verbo amar (entre os verbos agapao/filo). Sendo, geralmente "agapao" um amor mais elevado, mais forte do que o "filo" que seria um amor de amizade. Nas duas primeiras perguntas Nosso Senhor se refere ao amor mais elevado, em quanto que Pedro responde com aquele de amizade. Na terceira, Jesus como que desce, e questiona a Pedro pelo amor de amizade, e Pedro responde com a mesma palavra.
Essa interpretação talvez não seja a mais adequada, porque quando fala de seu amor pelo Pai, Nosso Senhor geralmente usa o verbo "filo", portanto não consideraríamos em princípio como um amor de segunda categoria.
Mas, certamente é importante considerar que a tríplice pergunta do Senhor gera uma tristeza em Pedro. Tristeza que longe de gerar a morte, gera em Pedro a contrição e conclui um itinerário iniciado na noite da quinta-feira santa (jamais te negarei - não conheço esse homem - olhou para Pedro - chorou amargamente). Pedro compreende que por si nada pode, nem mesmo amar. Por ele mesmo, só é capaz de negar.
O próprio Pedro escreverá mais tarde, fazendo eco ao Profeta Isaías, que as feridas de Nosso Senhor nos curaram.
Sim. O "sim" de Jesus ao Pai, cura o nosso não. A sua humildade cura a nossa auto-suficência.
Pedro aqui já não se reconhece mais capaz do máximo, e pede a Jesus que aceite o seu pouco.
Nosso Senhor, todavia não exige de Pedro o que ele não considera capaz de dar e Se adequa à pequenez do apóstolo... e à nossa.
Queridos amigos, deixemos também nós que o Senhor nos peça o único que Lhe importa: o amor.

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