OUVE

Nessa sexta-feira da III Semana da Quaresma, o Senhor responde a pergunta do Mestre da Lei sobre o maior mandamento.
Curiosamente, Nosso Senhor não começa pelo "amarás o Senhor..." mas pelo "Ouve, Israel.."
Certamente o Shemah é um elemento fortíssimo da mente hebraica, e ao dizer essas palavras Nosso Senhor recorda a oração mais comum do povo hebreu. talvez por isso, o Mestre da Lei elogie a Jesus e repita as próprias palavras do Senhor.
Mas não deixa de ser interessante que ao invés de começar pelo Mandamento propriamente dito, Nosso Senhor retorne ao "ouve", como que se, no fundo, ouvir fosse o mandamento primeiro.
E é, em certo sentido.
Necessitamos ouvir a Deus. Ouvir a Sua Palavra na Leitura das Sagradas Escrituras, mas também ouvi-lO no silêncio de nossa oração.
Repito, ouvir no silêncio da oração.
Ouvir a Deus não significa que Ele diga algo novo, mas que nós silenciemos.
Nossa oração tem sido muito barulhenta. Não só nas Igrejas onde é mais fácil encontrar um unicórnio do que o silêncio, mas também em nossa oração pessoal.
É necessário adequar tempo de silêncio dentro de nosso tempo de oração: alguns poucos segundos entre os mistérios do Rosário, um olhar mais demorado em cada estação da Via Crucis, uns poucos minutos de silêncio após a leitura do Santo Evangelho, o exame de consciência noturno...
Que nesse tempo da Quaresma, além de redescobrir a oração, redescubramos a primazia do silêncio na vida de oração.

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