AVES DE RAPINA

Nesse segundo Domingo da Quaresma, naturalmente nossos olhos se voltam para a belíssima cena que o Evangelho nos apresenta: a Transfiguração do Senhor.
Cristo que mostra um pouco de sua glória para preparar o coração dos apóstolos para o momento da cruz que se aproximava.
Mas, eu gostaria de me deter num detalhe da primeira leitura. Nela Abrão oferece um sacrifício ao Senhor, ele imola as vítimas e espera que Deus manifeste que aceitou a sua oferta. Enquanto espera, aves de rapina se lançam para comer os animais que Abrão sacrificara ao Senhor e Abrão as enxota.
Quando oferecemos ao Senhor o sacrifício de nossa oração, é comum que surjam também aves de rapina que querem destruir nossa oração.
Essas aves podem ser distrações, vindas por nossa própria culpa, ou até mesmo tentações.
Se não consegue impedir que rezemos, o demônio tenta atrapalhar nossa oração, excitando especialmente nossa imaginação através de tentações contra Deus (não existe, não nos ecuta, não nos ama...) ou contra o próximo (rancores, sensualidade etc).
Diante dessas "aves" a nossa atitude será a mesma de Abrão: enxotar.
Enxotar não é uma atitude única. Geralmente precisa ser repetida várias, inúmeras vezes...
Assim, a nossa oração além de sacrifício se torna batalha. E ambas são agradáveis a Deus.
Nesse tempo de Quaresma, a oração se nos é apresentada de forma muito mais intensa, juntamente com a esmola e o jejum. Não nos assustemos com as dificuldades que todos experimentamos na arte da oração, mas perseveremos enxotando as aves que sempre vão nos rondar.

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