PRESENÇA

Celebramos a festa de Santa Maria, Sempre Virgem de Guadalupe, Imperatriz das Américas. Junto aquela tilma onde milagrosamente apareceu a imagem de Nossa Senhora havia escrito na Basílica uma frase do Sl 147: não fez tal coisa com outra nação: non fecit taliter omni nationi.
Deus mostrou uma predileção pelo México e por toda América Latina ao nos dar essa garantia da presença de sua Mãe Santíssima entre nós.
Não somos apenas um povo sofrido, somos a junção de muitos povos sofridos: índios, africanos, europeus, americanos cada um a seu modo experimentou a dor, a doença, a solidão, a injustica. É verdade que em alguns momentos um foi a causa de sofrimento do outro, mas todos se tornaram prediletos de Deus pela pobreza e pelo abandono.
Um abandono quebrado pela presença de Maria: "Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?"
A presença de Maria é palpável na tilma de S. Juan Diego.
Mas não é uma presença de fora.
Maria não se fez representar como uma nobre senhora da corte européia, mas com as cores e os traços dos nativos daquela terra. Não para tirar nada deles, mas para dar-lhes tudo. E assim a presença de Maria sobre as montanhas, tal como na visita a Isabel trouxe exultação e júbilo no Espírito Santo.
Presença.
O pano de Juan Diego, os panos dobrados da ressurreição de Cristo, todos falam de presença. Da presença da Mãe representada, da presença do Vivente que justamente por ser o Vivente não está mais entre os panos.
Mas não deixam de ser panos, coisas simples... a tilma de Juan Diego era de um material altamente perecível, duraria geralmente uns 15 anos no máximo e lá está há quase desde 1531...
Também nos panos de nossa vida somos chamados a encontrar a presença de Maria que é presença de mãe, que mesmo que não possa curar, está ao lado consolando e enxugando as lágrimas do seu povo sofrido.

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