FAMÍLIA

Na Santa Missa de hoje ouvimos tanto sobre a família. Na Primeira Leitura, a família original: o homem solitário sente a necessidade de alguém. Deus não quer preencher esse espaço, não sente ciúmes, não quer o homem só para si. Aquele espaço do coração do homem Deus o preenche tirando do lado do homem a mulher.
Ao ver a mulher Adão reconhece aquela auxiliar semelhante, Adão se sente e realmente está completo. Como é maravilhoso imaginar os primeiros pais no paraíso, antes do pecado. Como é belo o olhar de Adão sobre Eva como "carne da carne", e não "como a mulher que tu me destes..."
No Salmo, a família se estende para os filhos que são "rebentos de oliveira" e de uma forma tão bela no final do salmo se mencionam até os filhos dos filhos...
Assim é o amor. O amor se expande por si.
Por isso o crescimento de uma família não é apenas uma questão biológica, mas vem a reafirmar aquele amor, imagem de Deus que se expande por força própria.
No Evangelho da Missa de hoje, Nosso Senhor volta a essa cena original: o início do homem e da mulher. Essa cena não é apenas uma recordação bíblica. Cada casal a experimenta, a vive no início do seu amor. Há sempre aquele momento, que precisa ser inesquecível, em que tudo só encontra sentido a partir daquele ou daquela que parece ser retirado do nosso lado. Nosso Senhor aponta aqui como segredo do amor não as tensões do agora mas os sonhos do início.
Para isso, um caminho é o fazer-se pequeno como uma criança.
Quando me faço pequeno, diminuo também as ofensas que recebi. Se sou muito alto, muito importante parece que uma ofensa feita contra mim é quase um pecado mortal, mas quando me faço pequeno tudo é mais fácil de perdoar.
E nessa grande família humana, Jesus é o grande irmão.
O grande irmão que se fez tão pequeno que não tem vergonha de nos chamar de irmãos, como ouvimos na Carta aos Hebreus. Jesus não tem vergonha de nós!
Que belo é saber isso. Jesus tão santo, tão grande, não se envergonha de nós, ao contrário se orgulha de nós.
Mas nós nem sempre vencemos as tentações... Será que Jesus se orgulha mesmo?
Mesmo que não vençamos, Jesus se orgulha, porque o orgulho de Jesus não é a nossa vitória (geralmente tão rara...) mas a nossa luta.

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