IDÉIAS PARA OS OUTROS

No dia de hoje, 07 de setembro, rezamos ainda mais por nossa pátria. Pedimos na oração da missa pela pátria que tenhamos um povo honesto e governantes sábios. No Evangelho da Missa, os fariseus e mestres da Lei questionam a Jesus sobre o comportamento ascético dos seus discípulos. Os fariseus não podem apenas viver a sua vida, seguir as suas asceses. Eles precisam se meter na ascese dos outros.
O seu jejum, causa de vanglória diante de Deus, como vemos na parábola do fariseu e do publicano, não lhes aquieta o coração levando à solidariedade, mas gera um desejo de tornar todos iguais a si, uma vez que se consideram melhores que os outros.
Cuidar da vida alheia nunca foi algo bonito, mas, infelizmente não é tão raro assim e pode se manifestar de muitas formas, como a "fofoca de comadre" (e "de compadre!"), mas também se mostra através da nossa incrível capacidade de dar ideias maravilhosas para os outros.
Penso nisso quando vejo o tal do "Brasil que eu quero", das vezes que vi, a imensa maioria dos participantes sabe tudo o que os políticos devem fazer para o nosso país ser melhor. Mas e, se por um erro de computação, ao invés de aparecer "O Brasil que eu quero" aparecesse "O que quer o Brasil de mim?" Saberíamos responder?
Lembro de uma experiencia interessante... No Seminário tínhamos o costume da "revisão de vida" que na cabeça de muitos era simplesmente um momento em que poderíamos "descascar" em cima do irmão sem cometer pecado. Havia quase um ritual: pela ordem em que estávamos sentados cada membro da comunidade poderia dizer o que quisesse sobre o "coitado" que estivesse na "berlinda"...
Até que uma vez, alguém teve uma ideia: ao invés de falar o que o outro deveria ter sido, feito, dito etc... cada um vai dizer em que errou e pedir o perdão da comunidade.
Nossa! Como é difícil ter idéias para mim.
Peçamos ao Senhor pela nossa pátria. Mas não tenhamos idéias para ela, mas para nós.