ENTREGOU À MÃE

Em muitos lugares, especialmente nas maravilhosas cidades de Minas há o costume da Procissão do Encontro: duas procissões, uma com o Senhor dos Passos e outra com Nossa Senhora das Dores, saem de lugares diferentes e se encontram num lugar determinado. Muitas pessoas se emocionam com esse encontro das procissões.
No Evangelho de hoje vemos algo parecido. Por duas vezes São Lucas fala de "grande multidão" uma com Jesus, outra com a viúva. Uma entrando, outra saindo. Uma na alegria, outra na tristeza.
E as procissões se encontram. S. Lucas descreve que a viúva enterrava seu filho único. Não se fala absolutamente nada do rapaz, se era bom ou mau, se estava doente ou morreu de repente... E Jesus também como que não se preocupa com o rapaz. O que toca Jesus são as lágrimas da mãe.
Mãe para a qual o filho era tudo, não só num sentido figurado, mas real. Aquele filho único da mãe viúva era o tudo para sua mãe, a tal ponto que sem ele, pouco poderia ela esperar da vida.
Nosso Senhor se compadece das lágrimas da mãe.
E toca o caixão.
Ao tocar o caixão, Jesus contrai a "impureza dos mortos", como sempre "Ele toma sobre si as nossas dores". Essa atitude do Senhor faz com que os carregadores parem, e com os olhos fixos na mãe, Jesus ordena que o jovem se levante. E o jovem levantado se põe a falar e Jesus o entrega à sua mãe.
Os padres vêem nesses detalhes que S. Lucas traz uma imagem da vida da Igreja. A Igreja é essa mãe que chora os filhos mortos pelo pecado. Como boa mãe, a Igreja, mesmo tendo vários filhos, tem em cada um o seu tudo.
Os nossos pecados não merecem o perdão de Deus. Alcançamos o perdão por causa das lágrimas da Mãe-Igreja. É com os olhos nos olhos lacrimosos da Igreja que Jesus nos ordena levantar. E levantados falamos.
O falar é sinal de ressurreição porque é pela confissão de nossos pecados que traçamos o caminho de volta à Mãe Igreja.

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