DIVIDE COMIGO!

Celebramos hoje a memória de Nossa Senhora das Dores. De modo geral quando pensamos em Nossa Senhora das Dores, imediatamente vêm à nossa memória as dores de Maria e também as nossas, e pedimos que a Virgem das Dores alivie, tome, afasta para longe as nossas dores, ela que tanto sofreu...
Mas essa compreensão que certamente não é errada, precisa ser aprofundada. Como a Igreja compreende essa comemoração de Maria Santíssima?
Creio que uma boa resposta a encontramos na Sequencia da Memória de hoje, o Stabat Mater. Trata-se de uma obra do século XII atribuída ao franciscano Jacopone da Todi. Num primeiro momento suprimida, desde o século XVIII está presente no Missal.
Nela, não se vê Maria como quem vai tirar as nossas dores, mas como aquela que toma sobre si as dores do Filho e a quem pedimos que nos dê a graça de dividir essas dores conosco. Sim, a capacidade da dor é proporcional à perfeição. Quanto mais perfeita uma alma, tanto maior a sua capacidade de sofrer, por ser cheia de graça a Virgem é também cheia de dores, na dimensão quase infinita da perfeição de sua alma imaculada.
E é à essa Dolorosa que nos dirigimos com santa compaixão. Na festa de hoje, mas do que pedimos a compaixão de Maria, precisamos ser compassivos com Ela, pedir a graça, tão audaz, de que partilhe conosco as suas dores.
Poenas mecum divide!

Comentários