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Mostrando postagens de julho, 2021

ESPADA

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Celebramos hoje a festa de S. Inácio de Loyola, certamente um dos Santos que goza da maior glória no Paraíso, uma vez que fez de lema se sua vida: " Ad majorem Dei gloriam " "Para a maior glória de Deus!"; e cuja história certamente não nos atreveremos a resumir em nossa breve reflexão. Não querendo resumir sua história, iremos então a um fato de sua vida que se encontra no contexto da sua grande conversão que foi a entrega de sua espada à Nossa Senhora do Monserrat, em seu Santuário. Entregar a espada à Maria significava para nosso Santo o rompimento com uma vida marcada pelos pecados dos quais a espada além de ser um símbolo, era constantemente também uma presença. Significava além de romper com o pecado, romper com as circunstâncias de pecado, mesmo aquelas mais arraigadas em sua alma. Queridos amigos, é necessário, particularmente nesse encontro de Inácio com Nossa Senhora, ou seja, sua Festa num sábado, entregarmos nossa espada à Maria. Não podemos julgar que a

O EDIFÍCIO DE NOSSA VIDA

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  Muitas pessoas buscam a direção espiritual num contexto de desolação, geralmente porque perceberam que não têm cumprido bem seus deveres de estado: “não tenho sido bom esposo”, “gostaria de ser uma mãe mais zelosa”... O que falta a essas pessoas, muitas vezes, é compreender a si mesmos como uma casa construída em honra do Senhor. Pense em usar a tinta mais cara, mais bonita, de melhor qualidade, numa casa onde não se cuidou bem na edificação de eliminar certas infiltrações... a tinta vai estufar e cair como se fosse uma tinta de péssima qualidade. Assim, muitos se preocupam em ser bons esposos, ou bons padres, mas não se preocupam em ser bons cristãos. Por isso, a tinta cai. Dom Chautard em “A alma de todo apostolado”, lembra o princípio de charitas prima sibi , que poderíamos compreender como “é necessário, em primeiro lugar, cuidar de sua própria vida espiritual” (obviamente não é uma tradução...). Só será um pai exemplar, aquele homem que primeiro, cuidou (e continua cuida

PONTO DE VISTA

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  Na mesma figura se pode observar uma velha ou uma jovem Há umas figuras muito particulares usadas por psicólogos ou psiquiatras, não sei exatamente, onde é comum que as pessoas vejam coisas diferentes... por exemplo, um vê uma moça bem jovem e outra pessoa olhando a mesma figura veja uma velhinha. E assim, o profissional pode ir descobrindo mais sobre a pessoa através daquilo que ela enxerga. De modo que, em certo sentido, tudo se torna uma questão de “ponto de vista”... E na vida espiritual, embora não usemos essas figuras (o que talvez não fosse má idéia), muita coisa é simplesmente uma questão de ponto de vista. As vezes alguém olha seu cônjuge, por exemplo, como alguém que o mortifica por tais defeitos que a pessoa deveria superar, ou com certas imaturidades que necessitam ser superadas para não ofender a Deus. Mas, quantas vezes já vimos o outro como alguém a ser salvo... por nós. Para quê nos pôs o Senhor nesse mundo senão para amá-lo? E como se ama a Deus de forma ma

VIDA ESPIRITUAL E TENSÃO

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  As cordas de um instrumento necessitam estar numa justa tensão para que o som seja belo Quando se pensa em vida espiritual é natural que expressões como fortaleza, disciplina, rigeza estejam bem presentes. Mas, pensemos num instrumento de corda. Há uma justa tensão à qual a corda deve estar submetida para que o som saia adequadamente, e se essa tensão for exagerada, a corda arrebenta. Por isso, a primeira coisa para quem deseja uma vida espiritual minimamente acima do medíocre, é ter um certo roteiro relacionado ao seu dia onde práticas de devoção, oração, sacramentos, leituras estão presentes não como os tijolos entre as colunas, mas como as colunas entre os tijolos. Ou seja, o tijolo preenche um espaço, a coluna sustenta a obra. A oração sustenta a obra de nossa vida, os tijolos lhe dão mais firmeza, mas a coluna é a oração. Porém, pode haver por inúmeras razões um cansaço na vida espiritual, um cansaço que geralmente começa em relação à uma prática de piedade e que, se n

LIMITES

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  S. Luiz Gonzaga recebe a Primeira Comunhão das mãos de S. Carlos Borromeu Penso que a maioria das pessoas, inclusive poetas, teólogos, filósofos... dirão que não: “o amor não tem limites”, mas se hoje buscarmos ouvir Santo Agostinho encontraremos três limites para o amor: saber, poder e riqueza. E esses três limites para o amor encontram-se no Santíssimo Sacramento do Altar. Diz Santo Agostinho, que Nosso Senhor Jesus Cristo simplesmente não soube o que nos dar de maior, do que a Santíssima Eucaristia: plus dare non potuit : não soube dar mais. Ao pensar no maior dos dons que poderia nos dar, Nosso Senhor não encontrou algo maior que a Santíssima Eucaristia. Mais ainda, a própria onipotência divina como que, muito entre aspas, teve um entrave: “aquele que pode tudo, não pode dar mais”. E, mais ainda, não há dom mais precioso! Para que algo fosse mais valioso que a Santa Eucaristia, seria necessário que houvesse um “outro” deus... e que ele fosse mais que o Pai, o Filho e o

SOZINHA. TODAS.

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  Nesse sábado, como sempre, recordamos a Santíssima Virgem Maria; e, estando no mês de julho, é natural que pensemos n’Ela sob o seu título de Rainha e Formosura do Carmelo. E, pensando no Carmelo, Santo Elias, é alguém cuja imagem naturalmente se desenha diante de nós. Santo Elias repete por algumas vezes “ser o único” ou “só eu restei...”. Sabemos que, matematicamente não era bem assim, um ou outro havia perseverado na fé, e ainda havia grupos de profetas que continuavam fiéis ao Senhor. Mas diante do tamanho da maldade, do poder dos malvados e da quantidade dos maus, nada mais natural que Santo Elias se sentisse sozinho. E assim o acontece. “Só eu restei...” Queridos amigos, quem não se têm sentido sozinho ultimamente? Não nos sentimos como se fôssemos estrangeiros até para os filhos da Igreja, nossa Mãe? Mas, é importante que nos sintamos sozinhos, porque se nos sentirmos fortes e muitos, teremos a impressão de que vencemos por nossas forças, e não serão nossas força

DIREÇÃO

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Para alguns autores a direção espiritual não seria necessária a todos os fiéis. Primeiro pelo fato de que muitos não têm o menor interesse em ser santo, ou se têm, é algo passageiro, pelo qual não se quer lutar. E segundo porque são muito poucos os fiéis que necessitem de uma orientação, digamos, “especializada” nas questões de vida mística. Nesse caso, uma confissão frequente e bem feita já seria o suficiente para a imensa maioria dos fiéis que não perderiam nem seu tempo nem o dos padres com questões como distrações em oração e o nunca fazer a meditação sugerida pelo diretor.  Assim, todos se conformariam a uma vida sem pecados mortais, e sem preocupações exageradas sobre a própria santificação. Sim, essa visão é bem prática.  Mas Jesus não é prático.  O pastor que deixa noventa e nove para buscar uma... não é prático.  É nessa perspectiva que a direção espiritual é necessária a todos os fiéis. É verdade que geralmente não nos ocuparemos de eflúvios odoríficos ou luminosos, mas n

MADALENA

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  Relicário que guarda o crânio de S. Maria Madalena na França Celebramos hoje a festa de S. Maria Madalena. Na Santa Missa no Rito Tradicional, deixo claro que essa é uma opinião minha, temos a impressão de que estamos celebrando a Missa de uma das maiores Virgens da Igreja. E penso que minha impressão não é de todo equivocada. Todos os dias, ao misturarmos o vinho e água, dizemos que a redenção do gênero humano é uma obra maior que a própria criação. E assim o é. Tão grande quando conservar-se puro por toda a vida, é, com a graça de Deus, restabelecer uma verdadeira virgindade de alma, na qual se possa dizer com toda a propriedade: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu!”. S. Maria Madalena é tradicionalmente identificada com a irmã de Lázaro e Marta, e que, sendo pecadora pública, ainda assim num transbordar de perdão e de amor, vai ao encontro do Senhor na casa de Simão, o fariseu. Mas quem seria S. Maria Madalena na Igreja? Penitente. Ela é chamada assim: penitente.