Postagens

Mostrando postagens de março, 2019

FILHOS

Imagem
Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: "Dá-me a parte da herança que me cabe" (...) e partiu (...). O filho mais velho, ao ver a tristeza do Pai, também partiu. E aquele Pai, não deixou de ser Pai, mas ficou sem filhos, porque o mais novo fugiu e o mais velho saiu para buscar o mais novo. O mais velho ao sair não pediu nada, porque tudo que era seu era também do seu Pai, nada tinha o Pai que já não tivesse dado ao seu primeiro Filho. O Filho mais velho, compreendeu que para trazer o filho mais novo, ele teria que descer também até a miséria, e que também ele teria que sentir o cheiro dos porcos. Mas nada era muito para fazer seu Pai sorrir de novo, e o Filho mais velho desceu, desceu até mais baixo do que se aconselharia, do que se poderia, só para trazer o irmão mais novo. Pagou tudo o que seu irmão devia aos credores e deu até mais, para que os credores não voltassem nunca mais a querer possuir o seu irmão mais novo. E o Filho mais velho se arreben

JUSTIFICADO

Imagem
Nesse sábado da III Semana da Quaresma ouvimos no Santo Evangelho a parábola do fariseu e do publicano. Nosso Senhor apresenta alguns detalhes em torno desses dois personagens. O fariseu de pé, fala muito, fala demais. O centro de sua oração não é Deus, mas ele mesmo. "Eu... eu... eu..." é a oração do fariseu. Já o publicano se põe mais afastado, não olha sequer para o alto e diz apenas: "Piedade de mim, ó Deus, porque sou pecador." Nessa oração, embora também mencione a si mesmo, o publicano se apresenta como simples objeto da misericórdia de Deus. Essa oração se tornou para muitos cristãos ao longo dos séculos a oração do coração. A pequena filocalia, ou oração dos pobres, ou oração do coração consiste em trazer uma formula semelhante à essa oração do publicano no ritmo da respiração: Ao se respirar, se pensa: Senhor Jesus, Filho de Deus. E ao inspirar, se pensa: tende piedade de mim, pecador. E assim, dezenas, centenas, milhares, milhões de vezes ao dia.

OUVE

Imagem
Nessa sexta-feira da III Semana da Quaresma, o Senhor responde a pergunta do Mestre da Lei sobre o maior mandamento. Curiosamente, Nosso Senhor não começa pelo "amarás o Senhor..." mas pelo "Ouve, Israel.." Certamente o Shemah é um elemento fortíssimo da mente hebraica, e ao dizer essas palavras Nosso Senhor recorda a oração mais comum do povo hebreu. talvez por isso, o Mestre da Lei elogie a Jesus e repita as próprias palavras do Senhor. Mas não deixa de ser interessante que ao invés de começar pelo Mandamento propriamente dito, Nosso Senhor retorne ao "ouve", como que se, no fundo, ouvir fosse o mandamento primeiro. E é, em certo sentido. Necessitamos ouvir a Deus. Ouvir a Sua Palavra na Leitura das Sagradas Escrituras, mas também ouvi-lO no silêncio de nossa oração. Repito, ouvir no silêncio da oração. Ouvir a Deus não significa que Ele diga algo novo, mas que nós silenciemos. Nossa oração tem sido muito barulhenta. Não só nas Igrejas onde é m

COMIGO

Imagem
Próximo a uma eleição na Itália, havia a grande possibilidade de que os comunistas ganhassem a eleição. Sabemos que a base do comunismo é a negação de Deus e de toda religião. Diante disso, o Papa Pio XII ao assomar na janela das bênçãos da Basílica de S. Pedro, resumiu a questão para o povo de um modo simples e verdadeiro: "Ou com Deus, ou contra Deus!" Assim também no Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor recorda que se não recolhemos com Ele, dispersamos. Queridos amigos, nesses tempos de ditadura do relativismo, essa claridade pode nos parecer totalitária, como toda a luz chama atenção no meio da escuridão. Não falta em nós o desejo de conciliar o inconciliável. Que a santa clareza de Pio XII possa nos iluminar nesses tempos difíceis:"Ou com Deus, ou contra Deus" Qual é nossa decisão?

IOD

Imagem
No Santo Evangelho dessa Quarta-feira da III Semana da Quaresma, Nosso Senhor nos diz que nada pode ser tirado das suas palavras, nem um iota... nem um iod... Iod é uma letra hebraica, a menor delas. Nem uma pequena letra pode se mudar. Isso, queridos amigos, chama-se fidelidade. Quando somos fiéis a Deus compreendemos a necessidade de mantermos a força de sua palavra em nós. Há sempre a tentação de querermos diminuir, ou "domesticar" a Palavra de Deus, diminuindo as exigências do Evangelho, levando em consideração o tempo, o local, a distância... Queridos amigos, a Palavra de Deus sempre terá algo de "selvagem" para quem se dispõe a vivê-la plenamente.

HUMILDADE

Imagem
Na terça-feira da III Semana da Quaresma ouvimos a oração de Azarias na fornalha. Parte dessa oração a Igreja colocou no ofertório da Santa Missa: " com espírito de humildade e ânimo contrito sejamos acolhidos por ti, Senhor". De fato, essas duas posturas precisam estar bem presentes no coração de cada fiel. A humildade nos coloca no nosso lugar: nada. E a contrição nos leva a encontrar no nosso nada a misericórdia de Deus.

SIM

Imagem
Nesse dia 25 de março celebramos a Anunciação do Senhor. Ao recordarmos o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, também voltamos o nosso olhar para o sim de Maria Santíssima. Esse sim, se envolve num mistério. O mistério de Deus que quis depender de nós. Deus que tudo pode quer poder tudo através do sim de Maria e também do nosso sim. Maria Santíssima coopera na obra da Salvação com um sim que se encarna no Verbo que se fez carne. O sim de Maria, imediato, sereno e total se torna um exemplo para o sim de cada ser humano, geralmente tardio, angustiado e parcelado... A quaresma não é o tempo do não, é o tempo do sim. O não que a quaresma nos leva a dizer, especialmente através do jejum e da esmola  só é útil na medida em que fecunda o sim da liberdade e da partilha. O sim de Maria a Deus, torna-se um sim à toda a humanidade, a quem o Verbo veio redimir.

PENITÊNCIA

Imagem
Quando se entra na Basílica de S. Pedro no Vaticano, logo à esquerda, uma das primeiras imagens que vemos é a de S. Pedro de Alcântara. Uma particularidade dessa imagem é que há um cilício pendurado próximo a ela. Aquele cilício não deixa de ser um silencioso lembrete a todos os católicos que encontram nessa Basílica a casa comum de toda a cristandade: penitência. No Santo Evangelho desse terceiro domingo da Quaresma, Nosso Senhor nos traz dois grandes ensinamentos. Primeiro, as coisas ruins que acontecem não necessariamente são castigos de Deus. Segundo, para evitarmos os castigos de Deus, necessitamos fazer penitência. Não gostaria de criticar os tradutores da Sagrada Escritura. Mas sinto a necessidade de fazer uma observação. Em latim, converter-se e penitenciar-se são o mesmo verbo. Por isso, o que hoje ouvimos como " se não vos converterdes" poderia ser igualmente traduzido como "se não fizerdes penitência". A questão é que quando a maioria das pessoas

PRODÍGIOS

Imagem
Na primeira leitura desse sábado da II Semana da Quaresma, ouvimos o profeta Miquéias pedir a Deus a realização de novos prodígios, tais como a saída do povo de Israel do Egito. Sim, nós necessitamos de prodígios e Deus no-los dá constantemente. A dificuldade está no fato de não reconhecermos nem os prodígios nem a grandeza desses prodígios. Admiraríamos se o Mar se dividisse em duas partes, mas não admiramos quando, ao nos confessarmos, o mar de nossa vida se divide em antes da misericórdia e após a misericórdia do Senhor. Admiraríamos se voltasse a chover pão, mas nos acostumamos com a Eucaristia orvalhada em nossas Igrejas em cada Santa Missa. Hoje com Miquéias dizemos: "faz-nos ver novos prodígios". Mas dizemos como cegos, não como carentes de prodígios, porque nunca faltaram. Faltou-nos ver.

MARAVILHAS

Imagem
O Salmo da Missa dessa sexta-feira da II Semana da Quaresma nos convida a sempre nos lembrarmos das maravilhas do Senhor. Mas, quais são essas maravilhas? A primeira leitura da Missa de hoje nos trouxe uma das cenas mais cruéis do Antigo Testamento: José que é vendido como escravo por seus próprios irmãos, que, na verdade, em sua maioria, queriam matá-lo... Essa violência não é obra de Deus. Mas da maldade humana, potencializada pela inveja. Todavia, ela se torna maravilha do Senhor que a partir dessa violência prepara a salvação para os egípcios que compram e os filhos de Israel que vendem. Assim também foi com Nosso Senhor. Ele se torna pedra angular pelo poder de Deus, porque foi pedra rejeitada pela maldade humana. Queridos amigos, estamos perto demais de nossa própria história para reconhecermos no verso das violências que passamos o reverso de maravilha que só Deus pode fazer.

TRÂNSITO DE S. BENTO

Imagem
Nesse dia 21 de março, celebramos o "Trânsito de S. Bento", ou seja o dia em que S. Bento foi para o céu. Era uma Quinta-feira Santa aquele 21 de março de 547, quando após receber a S. Comunhão, o Santo Abade, de pé, sustentado por dois monges, entregava sua alma a Deus. S. Bento é celebrado duas vezes por ano, a comemoração mais conhecida do Santo é no dia 11 de julho, quando se recorda a transladação de suas sagradas relíquias para a França. A festa de hoje, acabou por se tornar uma festa mais íntima da família beneditina. Gostaria de partilhar com vocês a sequencia da festa: Laeta Dies.

LÁZARO

Imagem
O Evangelista S. Lucas nos traz a Parábola do Rico e do Pobre Lázaro. O rico é tão rico que não tem necessidade nem de nome, o nome do rico na Parábola é... Rico... Na sua riqueza, o rico não faz ruindades, mas também não faz o bem. A preocupação com suas festas e seu dinheiro não o permitiam ver Lázaro. Ele não conseguia abaixar os olhos para ver o pobre Lázaro com seus cachorrinhos. Mas chega a morte. Chega para todos. Se o Rico teve um rico sepultamento, os anjos levaram o pobre para junto de Abraão. Agora, o rico que não abaixava os olhos em direção ao pobre, levanta os olhos para Abraão e junto dele reconhece aquele que antes parecia não conhecer. O rico tem vergonha de pedir algo ao pobre Lázaro, a quem sempre dissera não. E pede que Abraão mande que Lázaro o possa refrescar. Abraão então explica que se o rico não quis partilhar a riqueza, o pobre também não poderia partilhar com ele dos bens do paraíso. O rico continua evitando falar com o pobre... e manda que Abraão o

LÍNGUA

Imagem
Na Primeira Leitura da Missa dessa Quarta-feira da II Semana da Quaresma ouvimos um trecho do livro do Profeta Jeremias onde o Profeta resume um pouco do que lhe foi dado por um povo infiel a Deus que se voltou contra o seu profeta. Jeremias fala do ataque com a língua. Assim foi com ele, com Nosso Senhor e com todos os seus fiéis seguidores. As outras armas só chegam depois para confirmar o que a língua dos inimigos já conseguiu destruir. Jeremias ao mesmo tempo experimenta a desolação por ser perseguido por aqueles por quem intercedia ao Senhor. "Lembra-te de que fui à tua presença interceder por eles..." Ser perseguido pelos inimigos da fé, é algo para o que estamos mais ou menos preparados, mas ser perseguido por quem diz crer no mesmo que nós, é um modo ainda mais intenso de sofrer por Cristo, com Cristo e em Cristo.

PAI

Imagem
Celebramos nesse dia a Solenidade de S. José. Quando olhamos para o Santo Patriarca, talvez tenhamos a impressão de que o seu papel seja o de um simples "coadjuvante" na obra da Redenção. Mas qual seria a importância desse Santo Varão ao ponto de interromper-se hoje até o rigor da quaresma para festejá-lo? Creio que para compreendermos a importância de S. José, necessitamos compreender o nome que o Verbo Encarnado quis conferir-lhe: Pai. Nosso Senhor deu a S. José aquele mesmo nome com o qual Ele nos ensinou a chamar a Deus. Fecit te Deus quasi Patrem Regis... Deus te fez como o Pai do Rei... Canta a Igreja especialmente nesse dia. José se tornou para Nosso Senhor a imagem de Deus Pai, a tal ponto que a obediência de Jesus ao Pai se manifestava na sua submissão a S. José: era-lhes submisso , resume o Santo Evangelho. Queridos amigos, junto com a Santíssima Virgem invoquemos a S. José para que interceda por nós, e especialmente pela Santa Igreja, da qual é Patrono.

VERGONHA

Imagem
Na Primeira Leitura dessa segunda-feira da II Semana da Quaresma, o Profeta Daniel com palavras bem diretas falou o que se espera de Deus e de nós, especialmente nesse tempo da Quaresma: De Deus, a misericórdia. De nós, vergonha na cara. Geralmente preferimos falar da misericórdia de Deus, mas creio que hoje precisamos falar um pouco mais detidamente da nossa vergonha na cara, ou da falta dela. Sim, se olharmos com sinceridade, falta-nos vergonha na cara. Por isso pecamos tanto, e tão repetidamente. Se realmente acreditássemos na misericórdia de Deus, pararíamos de pecar, por ver a imensidão de seu amor misericordioso. Não nos convertemos e não deixamos nossos pecados unicamente porque nos falta vergonha na cara. Talvez, por nós, até o demônio poderia "sair de férias", porque a falta de vergonha na cara já fez do pecado um hábito em nós. Queridos amigos, a vergonha na cara é o terreno fértil para que Deus lance as raízes de sua misericórdia.

AVES DE RAPINA

Imagem
Nesse segundo Domingo da Quaresma, naturalmente nossos olhos se voltam para a belíssima cena que o Evangelho nos apresenta: a Transfiguração do Senhor. Cristo que mostra um pouco de sua glória para preparar o coração dos apóstolos para o momento da cruz que se aproximava. Mas, eu gostaria de me deter num detalhe da primeira leitura. Nela Abrão oferece um sacrifício ao Senhor, ele imola as vítimas e espera que Deus manifeste que aceitou a sua oferta. Enquanto espera, aves de rapina se lançam para comer os animais que Abrão sacrificara ao Senhor e Abrão as enxota. Quando oferecemos ao Senhor o sacrifício de nossa oração, é comum que surjam também aves de rapina que querem destruir nossa oração. Essas aves podem ser distrações, vindas por nossa própria culpa, ou até mesmo tentações. Se não consegue impedir que rezemos, o demônio tenta atrapalhar nossa oração, excitando especialmente nossa imaginação através de tentações contra Deus (não existe, não nos ecuta, não nos ama...) ou con

EXTRAORDINÁRIO

Imagem
No Santo Evangelho deste sábado da I Semana do Tempo da Quaresma, Nosso Senhor nos chama ao extraordinário e ao grande milagre do cristianismo: a reconciliação. Esse é o milagre dos cristãos: perdoar. O perdão aos que ofendem, o amor aos inimigos, são talvez as maiores exigências do seguimento do Senhor, e o viver isso é um verdadeiro milagre. Milagre que o Senhor nos mandou fazer.

PROFUNDEZAS

Imagem
Nessa sexta-feira da I Semana do Tempo da Quaresma, a liturgia nos traz o Salmo 129, o De profundis. É certamente um dos textos mais comoventes da Santa Bíblia, e que reflete certamente algum momento de nossa vida. Quem nunca se sentiu soterrado pelo sofrimento? Quem não se sentiu, um dia se sentirá. E nessa profundeza da dor, sabemos que há um ouvido atento ao clamor de nossa prece, o de Deus. O sofrimento é sempre um mistério, e a sua ausência, geralmente considerada um sinal de bênção. Mas como é impossível viver sem o sofrimento, faz-se necessária uma ulterior reflexão que se ilumina pelo mistério do Cristo sofredor, Ele feito maldição por nós, para que a nossa dor se tornasse bênção. A resposta mais certa que podemos dar diante do sofrimento, é a mesma resposta que Deus Pai deu a Jesus: o silêncio. Não o silêncio do desprezo, mas o silêncio de quem se dispôs a ouvir.

OUVI

Imagem
Na primeira leitura da Missa desta quinta-feira da I Semana da Quaresma ouvimos a oração da Rainha Ester. Nessa oração, a Rainha reporta a sua oração na própria Palavra de Deus: "Eu ouvi, do livro dos meus antepassados,..." Nossa oração sempre é agradável a Deus. Ao mesmo tempo, nós temos a necessidade de buscar apoio na Palavra de Deus. Os Salmos, as orações dos personagens bíblicos, os hinos e textos poéticos, todas essas passagens não estão lá apenas para serem repetidos, mas para serem como que, desenvolvidos também em nossa oração pessoal. A Palavra se torna oração. E falamos a Deus com as próprias palavras d'Ele.

JONAS

Imagem
Nessa quarta-feira da I Semana da Quaresma, ouvimos por duas vezes a figura do Profeta Jonas. Jonas que contra a vontade vai à Nínive e anuncia a sua destruição, por causa dos pecados, acaba por converter a cidade, mostrando que a eficácia de sua pregação não estava nele, mas na misericórdia de Deus. Jesus se apresenta como mais do que Jonas. Se Jonas veio contra a vontade, Jesus veio por sua vontade para fazer a vontade do Pai. Se Jonas veio anunciar a destruição, Jesus veio nos dar a salvação. Se Jonas se revolta com o perdão que Deus concede a Nínive, Jesus se alegra com o pecador que volta para junto d'Ele.

PALAVRAS

Imagem
No Santo Evangelho dessa terça-feira da I Semana da Quaresma Nosso Senhor nos fala sobre a oração. Primeiro o Senhor nos recorda do seu amor para conosco, não precisamos querer convencê-lo com muitas palavras  a nos fazer um bem. Pedimos como filho que pede a um pai que o ama imensamente. Para nortear a nossa oração, o Senhor nos presenteia com a sua oração, o Pai nosso. Queridos amigos, a quaresma é um tempo propício para crescermos na oração. Precisamos redescobrir o valor da contemplação, do pensar em Deus, como recordava S. Francisco de Fátima: "Gosto tanto de pensar em Nosso Senhor..." Vamos criar o costume de alguns minutos por dia, pelo menos, pensarmos em Deus, mesmo sem dizer nada, até porque perceberemos que nesses momentos, como nos grandes encontros de quem sem ama, as palavras sobram...

SIMPLES

Imagem
As leituras da Missa dessa segunda-feira da Primeira Semana da Quaresma, nos chamam a atenção pela sua simplicidade. "Não xingar o surdo, não colocar tropeço ao cego, dar de comer a quem tem fome..." É tão simples o que o Senhor nos pede que temos a tentação de ir deixando para depois, para uma outra ocasião, para um momento mais propício, "da próxima vez, com certeza..." E vamos deixando para um depois que acaba se tornando sinônimo de nunca. Qual bem podemos fazer ao próximo agora? Essa é a vontade de Deus para nós.

EU

Imagem
Nesse Primeiro Domingo da Quaresma, nossa atenção se volta especialmente para o Santo Evangelho, no qual ouvimos as tentações do Senhor. Todavia, gostaria de chamar a atenção para algo que a primeira leitura de hoje nos traz. Nela Moisés orienta como se deveria fazer a oferta ao Senhor, a entrega nas mãos do sacerdote e a oração com uma pequena recordação de si mesmo: "Meu pai era um arameu errante..." Queridos amigos, recordar a história, a nossa história é também fazer oração. Reconhecer, ou até mesmo não reconhecer, a presença de Deus em cada instante de nossa vida nos leva a aprofundar nossa vida íntima com o Senhor. Quando levamos nossa oferta, especialmente hoje o pão e o vinho da Eucaristia, reconheçamos entre os grãos de farinha e a uva pisada a única coisa que interessa a Deus receber: a nossa história.

DOENTE

Imagem
Nesse sábado após as Cinzas, ouvimos a Leitura da Vocação de Levi, e da refeição que ele prepara para o Senhor. Supondo que era considerado um pecador público, podemos imaginar que o novo apóstolo não teria no grupo de seus amigos pessoas muito ilustres, mas do seu nível para baixo... A presença de Jesus ali naquela refeição perturba os fariseus e mestres da Lei, que assumem as  duas atitudes fundamentais de todo fofoqueiro: murmuração e maledicência. Murmuram primeiro entre si, e como são covardes e maus, vão aos discípulos por terem medo de Jesus e para minar no coração dos discípulos o apreço pelo Mestre. Jesus, porém, usa uma imagem muito simples: o médico e o doente. O doente precisa do médico. O saudável não. Seriam eles, os mestres da Lei, saudáveis? Claro que não. Eram doentes e talvez mais doentes. Mas não reconheciam, não queriam reconhecer. Queridos amigos, eu imagino que todos nós nos reconhecemos doentes diante do Senhor, mas cuidado para não restringirmos em nó

ATENDIDO

Imagem
Na primeira leitura da Missa de hoje, o Profeta Isaías em nome do Senhor, nos recorda que nunca a nossa relação com Deus será totalmente vertical, mas passa necessariamente pela relação com o próximo. Assim, um jejum que não leve à partilha, uma abstinência que não leve à solidariedade não encontram valor diante de Deus. Deus sempre nos aponta o próximo como sinal de sua presença. E isso se torna condição para sermos atendidos por Ele. Nossa oração, nosso culto, nossos sacrifícios são importantes, mas enquanto não formos capazes de ver a Deus no próximo, tudo ficará pela metade.

PROPONHO

Imagem
Nesse segundo dia da quaresma, o Senhor na primeira leitura nos propõe os dois únicos caminhos que poderemos seguir na quaresma que deve ser a nossa vida: vida e morte; bênção e maldição. Para nós essa proposta do Senhor gera uma frustração, porque estamos acostumados à "coluna do meio", gostaríamos de poder optar uma misto das duas coisas. Mas o Senhor não nos dá essa opção. O próprio mundo moderno, completamente desequilibrado e insaciável, nos recomenda termos uma grande moderação com os assuntos da religião... pra quê tanto? Nos pergunta... Queridos amigos, radical é tudo aquilo que tem raiz. Um cristão que não seja radical é uma planta sem raiz. Você já viu alguma?

CHOREM

Imagem
Iniciando hoje o Tempo da Quaresma, na Primeira Leitura da Missa de hoje ouvimos uma recomendação do Senhor, através do Profeta do Joel, de que os sacerdotes chorem entre o vestíbulo e o altar. Chorar. A Igreja nos convida a um choro, real, penitente, verdadeiro, capaz de converter. Não é um choro de tristeza, é um choro de dor. Dor por ter ofendido a Deus. A Igreja sempre reconheceu dentre vários dons que o Senhor concede, o dom das lágrimas. Tantos Santos o receberam. S. Francisco ficou quase cego de tanto chorar porque o Amor não é amado. É esse choro que precisamos pedir no dia de hoje. Quando choramos pela última vez por termos ofendido, ou por ver ofendido o Amor?

PERSEGUIÇÕES

Imagem
Continuando a cena de ontem, S. Pedro pergunta a Nosso Senhor o que eles, que deixaram tudo, receberão. Talvez Nosso Senhor pudesse questionar que "tudo" eles deixaram... Redes rasgadas, barcos velhos..., mas Ele não o faz. Mesmo que fosse quase nada, de fato, aquele era o tudo de S. Pedro e dos outros Apóstolos. Nosso Senhor não desdenha do nosso nada, ao contrário, Ele valoriza o nosso pouco e dá em troca o muito que brota do seu Coração. Mas, para termos a certeza que tudo nos vêm de Deus, Nosso Senhor acrescenta o "com perseguições". A perseguição é a "prova real" de que estamos no caminho de Deus.

RICOS

Imagem
Nessa segunda-feira da oitava semana do Tempo Comum, ouvimos a narrativa daquele "alguém" que correndo vem se ajoelhar diante de Jesus e lhe pergunta o segredo da vida eterna. O Senhor lhe recorda os mandamentos como primeira condição, diante da resposta do jovem de que já os vivia, o Senhor lhe aponta o caminho da pobreza e do seguimento. Ele se entristece. Se entristece porque não esperava o menos, mas o mais. Talvez ele esperasse uma confirmação de sua conduta, ou um outro mandamento que não lhe tocasse no seu verdadeiro desejo: o dinheiro. Aquele "alguém" que desejava a vida eterna, não compreende que a vida eterna é uma vida pobre. Qual é a riqueza do céu? Deus. Se isso não nos contenta nessa terra, como nos contentará no céu? Santo Agostinho dizia que agradamos a Deus quando Deus nos agrada. Ou seja, quando Deus preenche nossos desejos, nossa vontade, nosso amor, então Lhe somos agradáveis. A verdade é que na maior parte das vezes Deus nos agrada co

FALAR

Imagem
Nesse oitavo domingo do Tempo Comum, o livro do Eclesiástico nos recordou sobre o falar. De modo geral aprendemos as coisas fazendo. Aprendemos a andar, andando; a nadar, nadando, etc Mas a falar, aprendemos calando. Assim ensina a Palavra de Deus e a grande Tradição da Igreja, especialmente através de S. Bento. Quem sabe calar é aquele que realmente sabe falar. Hoje falamos muito. Demais. Silenciemos mais, também nas redes sociais, na internet, para que, calando, aprendamos realmente a falar.

CRIANÇAS

Imagem
Nesse sábado da Sétima Semana do Tempo Comum, o Evangelho nos mostra Nosso Senhor aborrecido porque impedem as crianças de se achegarem a Ele.  Nosso Senhor têm pelas crianças um carinho especial e as escuta de forma particular, juntamente com os enfermos e as virgens consagradas. Mas cabe a nós hoje levarmos as crianças a Jesus. Levar as crianças a Jesus não é tanto colocá-las perto do Sacrário, ou levá-las á Missa, é educá-las na fé. Uma criança que vá sempre à Igreja, mas não é educada por seus pais na fé católica e fica correndo, comendo pipoca, vendo vídeos no celular, pode estar sentada ao lado do sacrário que está distante de Jesus. A fé, vêm pelo ouvido, já nos recordava o Apóstolo. É preciso que nas famílias a fé não seja um assunto semanal, mas diário, vivencial! Que se reze juntos, que se fale de Deus, do Seu amor e da Sua Presença Eucarística, de modo que, respeitando a capacidade própria de cada idade, a criança compreenda o quando Deus Nosso Senhor a ama e

COMEÇO

Imagem
Nessa sexta-feira da sétima semana do Tempo Comum, Nosso Senhor é questionado sobre a questão do divórcio. Pergunta essa que se reacendeu nas últimas décadas, e até mesmo na Igreja parece querer exigir uma resposta diferente da de Nosso Senhor. Interessante é que os fariseus usam com Jesus um "argumento de autoridade" trazendo uma permissão de Moisés sobre esse assunto. Nosso Senhor porém, vai à uma autoridade ainda maior, a de Deus. Se Moisés o permitiu, foi por causa da dureza do coração das pessoas, mas Deus, segundo o próprio Moisés, os fez homem e mulher e, tendo-os unido, ninguém poderá separar. "No começo"... Jesus volta ao começo, ao paraíso, ao homem e a mulher antes da queda. Quando se vê as pinturas de Michelangelo na Capela Sistina, chamam atenção os rostos de Adão e Eva antes e depois do pecado. Aquela beleza original é transformada em feiura, a graça foi jogada fora, só há desgraça. Queridos amigos, cada casal precisa constantemente revisitar o

PRESUNÇÃO

Imagem
Os livros sapienciais nos recordam constante a importância do temor do Senhor, ele é o início da sabedoria. Completamente oposto ao temor de Deus está a presunção de que sendo a misericórdia de Deus imensa, Ele como que "terá" que perdoar nossos pecados. Essa presunção é extremamente danosa à alma, porque não só lhe impede um verdadeiro arrependimento como ainda a conduz para pecados cada vez maiores. Queridos amigos, estamos perdendo o temor a Deus.  As piadas com Deus e com as coisas santas que viraram moda na TV e na internet, as faltas de respeito e mesmo as blasfêmias dos que dizem crer... tudo se tornou um espetáculo monstruoso de criaturas que se voltam contra seu Criador. Mas, como já dizia o antigo cântico, os insensatos erguem-se em vão contra o Senhor. Ele vencerá. Só a sua Presença, pelo menos no dia do Juízo, calará e porá ordem na desordem que nós ou criamos ou compactuamos.

UNIDADE

Imagem
No Santo Evangelho dessa quarta-feira da sétima semana do Tempo Ordinário, ouvimos um breve trecho onde os discípulos do Senhor repreendem um homem que expulsava demônios em nome de Jesus, embora não fosse do grupo dos discípulos. Nosso Senhor os repreende, e também a nós quer alargar a nossa visão sobre a unidade do apostolado. Deus mesmo suscita na sua única Igreja vários caminhos de apostolado e santificação. E cada fiel cristão ao mesmo tempo que deve buscar e viver o seu caminho, não deve se fechar aos outros carismas presentes na mesma Igreja. Queridos amigos, agradeçamos a essa unidade que Nosso Senhor deu à sua Igreja e nos alegremos com as diferenças que longe de opor, completam.

PUBLICIDADE

Imagem
Em nosso dia a dia estamos cercados de propagandas: roupas, carros, empréstimos de dinheiro, cartões de crédito... tudo parece vir direto do paraíso para nós... tudo é maravilhoso, fácil, enfim, uma maravilha. É claro que sabemos que não é bem assim... E Nosso Senhor não faz assim. A primeira leitura dessa terça-feira da sétima semana do Tempo Comum, nos fala de provação, contrariedade, demora...  Sim, meus amigos, Nosso Senhor nunca nos prometeu facilidades. Então porque nos desesperamos quando não as encontramos? Por que nos revoltamos quando encontramos no seguimento de Cristo exatamente a cruz que Ele nos prometeu?

CASA

Imagem
Nessa segunda-feira da sétima semana do Tempo Comum, ouvimos no Salmo da Missa de hoje que a santidade refulge na casa de Deus. Queridos amigos, o que é santidade? Literalmente santidade quer dizer separação. A coisa santificada é separada do uso comum, ordinário, profano, para ser dedicada inteiramente a Deus. Imagine que num almoço numa Paróquia, por faltarem copos de plástico, o padre mandasse pegar os cálices para o pessoal tomar refrigerante... seria algo terrível, certo? Então, não exagero ao dizer que conversar na Igreja é exatamente a mesma coisa. Se o cálice foi santificado para conter o Sangue de Cristo, a Igreja é consagrada para a conversa com Deus, ou seja, a oração. Queridos amigos, se a desordem parece não ter mais volta, façamos pelo menos a nossa parte. Silêncio.

IMPOSSÍVEL

Imagem
"Vou fazer o possível..." Talvez esta seja uma das frases mais ditas no mundo. Quando estamos em situações limites em que dependemos dos outros, costumamos ouvir essa frase, com aquele ar de que nosso interlocutor será um novo messias... Só que, com honestidade, essa frase e nada é quase a mesma coisa... Por isso que Jesus nos pede impossíveis. Amar o inimigo, perdoar quem faz mal, dar a outra face... são os impossíveis que Nosso Senhor nos pede, porque o contrário, o "normal", todo mundo já faz. Queridos amigos, acostumemo-nos com os impossíveis de Deus, porque o possível já o faz qualquer um.

LÓGICA

Imagem
Celebramos a memória de S. Policarpo de Esmirna nesse dia 23 de fevereiro. Os Santos possuem um lógica estupenda que muitas vezes os move a ser coerentes com a vontade de Deus. Um caso interessante, por exemplo, foi S. Teresa de Ávila que pensou que viver num convento poderia ser como o purgatório, mas que depois ela iria para o céu; enquanto que viver no mundo, poderia ser um paraíso, mas correria o risco de ir para o inferno. Pensando desse modo, fez-se religiosa. Assim também, quando o juiz ordenou a S. Policarpo que negasse a Cristo, aquele idoso Bispo não deu explicações de alta teologia, simplesmente disse que servindo a Cristo por mais de 80 anos nunca tinha sido maltratado por Ele, porque então O iria renegar? E foi lançado às chamas. Queridos amigos, às vezes a resposta que precisamos dar, é a mais simples. Permanecer fiel é mais simples que justificar as infidelidades.

DOMINADORES

Imagem
Celebrando a festa da Cátedra de S. Pedro, ouvimos um trecho da Primeira Carta do Apóstolo na qual ele apresenta um resumo de como deve ser o pastor na Igreja. A constituição hierárquica da Igreja foi desejada e instituída por Cristo Senhor, mas ao mesmo tempo, os membros da hierarquia nunca serão donos ou dominadores, são apenas representantes do verdadeiro Pastor, Cristo. Não existem os pastores para dar a sua opinião, as suas idéias ou a sua palavra, mas sempre as de Cristo. Se um pastor, seja qual for, se afasta da Palavra de Cristo, para dar as suas palavras ao rebanho, ele se tornou um dominador, ainda que as suas palavras aparentemente sejam mais "suaves" que as de Cristo. Celebrando essa festa, oremos especialmente pelo Papa e pelos Bispos para que não sejam seduzidos pelo protagonismo da dominação, mas se contentem  em ser coadjuvantes do verdadeiro Pastor.